segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Tipos de Cantiga segundo o tema

Cantiga de amor
Cantiga de tema bem comum em que o homem louva e engrandece a mulher, sendo subjugado a ela. Tratava sempre de um amor distante e impossível. Presente no contexto nobre. Pode ser reconhecida por geralmente ser uma cantiga de refrão e de tamanho pequeno ou uma cantiga de maestria, em que não apresenta nenhum refrão e é longa.
Exemplos de cantigas: A dona que eu am'e tenho por senho - Bernal de Bonaval


Cantiga de amigo
Nessa cantiga o homem simula uma voz feminina,retratando seu "eu" mulher, que lamenta a solidão e chama pelo seu amado. Participava mais do contexto camponês. São, geralmente, canções de refrão e paralelísticas, ou seja, um conjunto de cobras (versos) que se repetem. Por esse motivo são as mais fáceis de recordar e as um dos tipos que permaneceu mais tempo, chegando até nós.
Exemplos de cantigas: Ai Deus, se sab'ora meu amigo - Martim Codax

Cantigas Satíricas
Pode-se subdividir em escárnio ou maldizer. Nesse tipo de cantiga há a crítica de hábitos nobres e pessoas em geral. Geralmente carrega um palavreado pesado e chulo. Geralmente apresentava em sua estrutura um diálogo entre trovadores, em que a resposta de cada um deles deveria se iniciar com o verso anterior.
Exemplos de cantigas: A um frade dizem escaralhado - Fernando Esquio

Todas as cantigas estão disponíveis em com e sem audio, dentre tantas outas:
http://cantigas.fcsh.unl.pt/listacantigas.asp



Além dessas existiam outros tipos de cantigas como a Cantiga de pranto, Cantiga pastorela e a Cantiga de tensão (desafio entre dois trovadores), entre outras.

Hoje, temos acesso a 310 cantigas no Cancioneiro da Ajuda; 1647 no Cancioneiro da Biblioteca Nacional e 1205 no Cancioneiro da Vaticana

Referências:
LOPES, Graça Videira; FERREIRA, Manuel Pedro et al. 2011-2012, Cantigas Medievais Galego Portuguesas. Lisboa: Instituto de Estudo Medievais FCSH/NOVA. Online. Disponível em:<http://cantigas.fcsh.unl.pt/apresentacao.asp>.Acesso: 26 set. 2016.
BENJAMIN, Abdala Júnior; PASCHOALIN, Maria Aparecida. História social da literatura portuguesa. 2. ed. São Paulo: Ática, 1985, p. 13, 16 - 20

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