Como citado anteriormente é necessário fazer uma mínima contextualização histórica que seja, para que possamos entender a estrutura social portuguesa da época e, com isso, entender também a maneira de pensar dos trovadores e a importância das cantigas na cultura popular, para, posteriormente podermos analisá-las de forma consciente.
À época do trovadorismo (1189 ou 1198 à 1434) Portugal passava por mudanças internas que o tornavam um país autônomo, através de concelhos populares, organizações sociais, etc., buscando a diversificação e diferenciação das atividades econômicas.
A organização social era feudal, com a predominância de grupos sociais rígidos em que todos, de certa forma, sabiam e aceitavam seu papel na sociedade. Apesar de rígidas, as categorias sociais eram intensamente conectadas e dependentes umas das outras, sendo a relação de vassalo existente em todas às classes até alcançar o rei.
O esquema a seguir mostra, de forma simplificada, como a sociedade se estruturava:
Como é possível perceber observando o esquema acima, o clero tinha grande importância e influência em todas as classes sociais, sendo que, possuíam o dever de instruir a população, não só religiosamente. Contudo, por estarem envoltos nesses contexto, a religião era parte integrante e relevante da sua visão de mundo e de sociedade que, assim, era passada aos outros membros da sociedade.
À esse ponto da história, o catolicismo estava estabelecido e enraizado na sociedade. O homem acreditava nessa organização de um Deus teocêntrico e absoluto, "capaz de ditar as normas sociais, o comportamento individual, (...) por determinar também toda uma concepção servil em que o homem nasce para obedecer; ou mesmo para seguir o caminho previamente determinado pelo ser absolto." Como bem aponta Benjamim, autor de História social da literatura portuguesa.
Sendo assim, essa visão religiosa, que vai sendo construída gradualmente, até o momento em que o homem sente a necessidade de se unir mais diretamente ao seu Deus, influência nas expressões humanas como nas cantigas. Esse assunto será melhor explorado posteriormente.
Referências:
BASTOS, Denise. Pérola Negra. A Arte da Joalheria Cita. 30 jul. 2013. Online. Disponível em: <http://vistaminhapele.blogspot.com.br/2013/07/a-arte-da-joalheria-cita.html>. Acesso em: 18 set. 2016.
BENJAMIN, Abdala Júnior; PASCHOALIN, Maria Aparecida. História social da literatura portuguesa. 2. ed. São Paulo: Ática, 1985, p 9 - 13.
ROSA, Paulina. História Já. Segunda Chamada - Atividade Prática Final 5. 18 fev. 2013. Online. Disponível em: <https://historiaja.wordpress.com/compensacao-de-ausencias/>. Acesso em: 18 set. 2016.
VILAR, Leandro. Seguindo os passos da história. A Era Feudal na Europa. 01 mar. 2010. Online. Disponível em: <http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2010/03/a-era-feudal-na-europa.html>. Acesso em: 19 set. 2016.
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